O pedrado é uma doença fúngica que marca presença em quase todos os pomares de pomóideas do país. O pedrado é um problema que atinge muito as pomóideas e que apresenta uma severidade bastante grande, podendo diminuir o valor comercial do fruto ao criar irregularidades na pele e deformações da fruta.
Esta doença anual das macieiras e pereiras exige que o fruticultor vigie frequentemente os pomares desta fruteira e aplique medidas preventivas e tratamentos fitossanitários adequados de forma a minimizar prejuízos avultados.
Neste artigo, partilhamos consigo o ciclo de vida do fungo, principais sintomas, estragos e prejuízos mais frequentes, medidas preventivas e possíveis tratamentos a aplicar.
O ciclo de vida do fungo
O pedrado das pomóideas é causado por fungos distintos consoante a especificidade cultural. Na macieira o pedrado é causado pelo fungo Venturia inaequalis e na
pereira pelo fungo Venturia pirina. O fungo do pedrado encontra-se principalmente nas folhas que acabam por cair no solo especialmente nas estações do ano outono e inverno, nos pomares. Visualmente, as folhas possuem manchas pretas, um sinal evidente da presença desta doença nestas fruteiras. Menos frequentemente, pode ocorrer disseminação do pedrado através dos frutos mumificados atacados pela doença, que ficaram nas árvores do último ano.
Quais as condições para que esta doença se desenvolva?
Para que o fungo se desenvolva necessita de condições de temperatura e humidade do ar favoráveis, de forma a promover a sua disseminação. Nesse sentido, no caso de primaveras chuvosas e quentes, o nível de infeção das pomóideas é mais elevada. A suscetibilidade à doença depende de algumas condições inerentes à própria planta como é o caso do estado fisiológico e da variedade em questão (Montesinos et al., 1995b; Sousa et al., 2004). As folhas jovens e cloróticas e os frutos jovens são bastante sensíveis à doença, contudo à medida que envelhecem vão-se tornando menos sensíveis (Sousa et al., 2004)
Especialmente na altura da Primavera, que coincide com o período em que as temperaturas sobem, as pomóideas acabam por se tornar mais vulneráveis a esta doença. No caso das macieiras, esta fase coincide com o estado fenológico C3-D onde se verifica o abrolhamento dos gomos e ao aparecimento da ponta verde nas suas folhas.
As contaminações primárias decorrentes da temperatura e humidade do ar favoráveis, acabam por atingir as folhas, flores e frutos das pomóideas. Após esta contaminação verifica-se a infeção onde eclodem as primeiras manchas com tonalidades acastanhadas e verdes escuras, no período entre finais de Março a início de Abril.
Posteriormente ao aparecimento destas contaminações primárias surgem as secundárias, que se estendem até à colheita. No caso de ataques tardios desta doença verificam-se perdas na pós-colheita, especialmente no processo de conservação na câmara frigorífica.
Os estragos causados por esta doença são vários. Um dos principais estragos causados nestas fruteiras são a diminuição da atividade fotossintética e capacidade produtiva. Além disso, a queda precoce de folhas, flores e frutos são também um dos estragos mais comuns.
No caso dos frutos infetados por esta doença não caírem acabam por surgir pequenas manchas e fendas, diminuindo drasticamente o seu valor comercial.
Como atuar preventivamente?
Existem algumas medidas preventivas que podem ser adotadas para prevenir o aparecimento desta doença fúngica. Uma das principais medidas preventivas a adotar para o aparecimento do pedrado é a adoção de variedades regionais.
Existem algumas variedades de macieiras que são mais resistentes ao pedrado, nomeadamente as variedades regionais. Alguns exemplos de variedades resistentes: Prima, Retina, Resi, Goldrush, Ariane, entre outras.
Podem ser aplicadas caldas à base de ureia, especialmente na estação outonal em que as pomóideas ainda possuem parte das suas folhas. Nestes casos, a ureia revela-se muito eficaz dado que promove a decomposição das folhas, diminuindo a quantidade de inoculo existente. Dado que se esta medida preventiva for aplicado precocemente, diminuirá a intensidade dos ataques desta doença na estação seguinte.
Como podemos combater este problema fitossanitário?
A AgriPro realizou um ensaio técnico em pomóideas onde testou a aplicação de COPPERFOL PRIME e CUPRA GL para reduzir a incidência do pedrado em maça em modo resíduo zero.
Como principais resultados deste ensaio verificou-se uma maior resistência da macieira ao pedrado quando comparada com a aplicação de uma estratégia convencional em proteção integrada.
A aplicação de CUPRA GL combinada com COPPERFOL PRIME apresentou-se como uma ferramenta altamente eficaz no pedrado em macieira, permitindo reduzir a incidência de pedrado em macieira foi reduzida em 100% em relação ao CONTROLO.