A estenfiliose da pereira é causada pelo fungo e é também conhecida como doença das manchas castanhas.

Esta doença ataca principalmente nas folhas, frutos, pecíolos e pedúnculos.

Neste artigo, abordaremos o ciclo da doença, condições favoráveis ao seu desenvolvimento, principais sintomas e métodos de luta que podem ser aplicados.

Conheça o ciclo desta doença

O ciclo biológico desta doença apresenta duas fases: a fase saprófita e a fase patogénica. Na fase saprófita, o fungo Stemphylium vesicarium (Wall.) coloniza os resíduos da matéria vegetal morta de pereiras bem como de plantas infestantes presentes no solo dos pomares destas pomóideas.

Na fase patogénica, o fungo acaba por atacar os órgãos aéreos destas fruteiras causando estragos avultados.  O fungo Stemphylium vesicarium (Wall.) produz dois tipos de esporos: os ascósporos que são esporos sexuais e os conídios que são esporos assexuais.

Quando as condições adversas no Outono se verificam tais como baixas temperaturas, formam-se as pseudotecas. Estas formam-se essencialmente nas folhas e frutos caídos no solo do pomar, mas também em outros órgãos mortos de plantas das famílias Poacea ou Fabacea encontradas no pomar.

As infeções pelo fungo Stemphylium vesicarium podem ocorrer também nas flores, nomeadamente nas anteras e sépalas. Nos casos em que se verifiquem condições favoráveis de   temperatura e humidade, o fungo desenvolve-se levando, por vezes, à queda dos frutos.

As pseudotecas necessitam de  um período de 1 a 4 meses para maturarem, dependendo de factores como humidades relativas elevadas e temperaturas ótimas de 10ºC a 15ºC.

Em condições favoráveis de humidade e temperatura, as pseudotecas libertam os ascos que libertam por sua vez libertam os ascósporos, normalmente entre os meses de fevereiro e maio.

A disseminação deste inóculo é feita através da chuva e vento, acabando por se depositar sobre as flores, folhas e frutos jovens, que são mais suscetíveis. Esta disseminação origina as infeções primárias, cujos sintomas acabam por surgir alguns dias depois através das
infeções que se iniciam através dos estomas especialmente nas folhas, nas lenticelas e nos frutos.

Os esporos assexuados (conídios) acabam por ser emitidos em maior número após períodos de humectação. A sua germinação ocorre apenas em condições ambientais favoráveis tais como se houver água disponível ou caso se verifique humidades relativas muito altas, acima de 95%.

As folhas e os frutos que acabam por ser infetados por esta doença caem no chão e são por isso a principal fonte de inóculo para o ciclo seguinte da doença.  É necessário ter em atenção alguns fatores nocivos tais como infeções anteriormente verificadas no pomar, árvores fracas e com clorose e solos húmidos, compactados e com uma drenagem deficiente.

Principais sintomas da doença

Os principais sintomas desta doença variam consoante a variedade da pereira verificando-se especialmente em folhas, flores, frutos e ramos jovens de cultivares suscetíveis de pereira (ex: Rocha). Estes sintomas têm início no mês de Abril com o aparecimento de pequenas lesões circulares que normalmente aumentam de tamanho e tornar-se irregulares. Há medida do tempo, acabam por invadir toda a folha e pecíolo, originando o seu desfolhamento precoce.

No caso dos ramos herbáceos, o aparecimento de pequenas manchas circulares acastanhadas que se vão tornando cada vez mais negras, podem acabar por  circundar completamente o ram originando a sua necrose.

Como tratar a estenfiliose

A estenfiliose caracteriza-se por ser uma doença de difícil combate dado que se desenvolve muito rapidamente e, atualmente, não existem fungicidas com ação curativa. Por essa razão, a adoção de uma abordagem integrada é fundamental. Além disso, a adoção de medidas culturais com o objetivo de reduzir o inóculo potencial no pomar são também bem-vindas.

As medidas culturas devem ainda ser complementadas com métodos de luta preventiva química e/ou biológica sempre que se verifiquem condições favoráveis para o seu desenvolvimento.

A AgriPro testou a aplicação de COPPERFOL PRIME e CUPRA GL para reduzir a incidência de Estenfiliose em pereira.

A aplicação destes dois produtos tem se apresentado como uma ferramenta altamente eficaz no controle de estenfiliose em pereira, verificando-se uma maior resistência da pereira à estenfiliose. Graças à aplicação de CUPRA GL + COPPERFOL PRIME foi possível reduzir a incidência no fruto de estenfiliose na pereira em 69,2% em relação ao CONTROLO (estratégia convencional de luta química).

Esta solução é de resíduo zero enquadrando-se nas necessidades de consumo atuais dos mercados da pêra.